Translate

terça-feira, 27 de maio de 2014

Divorcio na visão Espírita

 

Revista Espírita Dr. Bezerra de Menezes


Nosso objetivo é a divulgação e geração de debates sobre a Doutrina Espírita.

 

 

 

 

Grupo Marcos

Blog União Fraterna Bezerra de Menezes   
(Configuração mínima da tela: 1280X1024)

Revista Espírita Dr. Bezerra de Menezes

Maio

Abril

 

 

Considerações Iniciais

 

Aqui agrupamos de instituições espíritas, em forma literal ou parte de suas apresentações, comentários sobre o assunto proposto. Sendo que ao final desta apresentação, para um maior detalhamento encontra-se disponível apostila em Português e Espanhol, fornecida pelo Centro Espírita Nosso Lar.

 

Bom estudo!

Equipe da Revista Dr. Bezerra de Menezes.

Download – Imprimir -  Traduzir

 

 

O DIVÓRCIO NA VISÃO DO ESPIRITISMO

 O casamento é um compromisso de muita responsabilidade, mas infelizmente o homem tem confundido sua encarnação com se fosse uma excursão para piquenique qualquer, vendo-o como um banquete dos sentidos. Daí, o panorama melancólico que tem invadido muitos lares.

 

Tanto o homem como a mulher, deveriam conscientizar-se de que a Terra ainda não realiza casamento de anjos. O ser humano é cheio de imperfeições, é um misto de sombra e luz do ponto de vista espiritual, que na convivência conjugal, deixa cair a máscara, mostrando-se tal qual o é.

 

Para que o casamento consiga sobreviver às dificuldades naturais da marcha, há necessidade de atração espiritual e de existência de laços de afeto entre ambos, tornando-os verdadeiramente unidos por Deus, submissos à Sua Lei.

 

A união fruto do interesse, muito própria da sociedade insincera e alicerçada em poderes aquisitivos, baseada na conveniência social, na beleza física, na fortuna, ou unicamente no sexo, está fadada ao insucesso.

 

Antes de chegar ao porto do destino, os interessados na vida a dois deveriam passar por duas estações importantíssimas, a do namoro e a do noivado, fases em que o relacionamento entre ambos se aprofunda, dando ensejo a que se conheçam melhor.

 

Quando a realidade do lar se tornar diferente daquela do período do namoro, ou do noivado, devem entrar em jogo por parte de um dos cônjuges, os valores espirituais da fé, da paciência, o espírito de renúncia e abnegação e uma grande coragem, para que o casamento doente se possa recuperar e a família permanecer a salvo do naufrágio total.

 

Acima dos direitos individuais estão os direitos familiares, principalmente quando envolvem filhos, as maiores vítimas, cuja educação necessita imperiosamente da assistência e da presença atuante de ambos os cônjuges.

 

O casal que busca o recurso da separação nada mais faz que adiar o resgate de um débito, agravando os esforços do pagamento, pelas suas noções de irresponsabilidade.

 

Deixou-nos o Codificador, com o bom senso que lhe é peculiar, um capítulo especial sobre o divórcio no Evangelho Segundo o Espiritismo, onde afirma ser ele nada mais que uma medida humana, que objetiva separar aquilo que espiritualmente já estava separado. O espírita esclarecido, homem ou mulher, deve aprender a renunciar, a benefício de sua paz e do seu reajuste, pois sabe que não existem na Terra uniões legalizadas ou não, que não tenham vínculos graves no princípio da responsabilidade assumida em comum.

 

Sabe que se fugir hoje ao resgate, voltará amanhã, na companhia daquele ou daquela de quem procura agora afastar-se.

 

O divórcio jamais deve ser facilitado ou estimulado. Todos os esforços e sacrifícios possíveis devem ser empregados entre os cônjuges para que ele não se concretize, a não ser que o relacionamento se torne impraticável, chegando mesmo, ao perigo do crime ou do suicídio.

 

Nestes casos ele funcionará como medida lamentável, afastando males maiores, semelhantes à amputação que evita a morte, mas que sempre será uma quitação adiada, diante da Lei de Causa e Efeito e que terá um dia que ressarcir.

 

A separação constitui atitude que nunca deve ser assumida antes de profunda análise e demorada meditação que levem à plena consciência das responsabilidades envolvidas.

 

Mas se apesar de todas as tentativas e sacrifícios possíveis de preservar o lar desta hecatombe infeliz, um dos cônjuges exigindo sua liberdade, recusar-se a conviver com o outro, lesando-o nos seus interesses mais profundos, contrairá pesados débitos das leis divinas. E se, por desequilíbrio oriundo da solidão, o cônjuge abandonado vier a tomar caminhos mais infelizes ainda, todas as duplicatas serão contabilizadas no fórum da consciência do cônjuge irresponsável.

 

A criatura humana precisa tomar muito cuidado com as chamadas “lesões afetivas”, pois ninguém tem o direito de brincar com os sentimentos de ninguém. Precisa amadurecer preparar-se para o amor e se educar, para ser feliz. Toda atitude de leviandade, mormente no campo sentimental, é uma dívida dolorosa que o homem ou a mulher vêm a contrair.

 

O Espiritismo não é doutrina do não e sim da responsabilidade. Viver é escolher, é optar, é decidir. Somos livres para escolher, mas responderemos por essa escolha. Na lei divina, a semeadura é voluntária; mas a colheita é sempre obrigatória.

 

Bem-aventurado, pois, todo aquele que, apesar dos entraves e das lágrimas do caminho sustentar nos ombros, ainda mesmo desconjuntados e doloridos, a bendita carga das próprias obrigações.

 

 Fonte:  Nas pegadas de um anjo - Jerônimo Mendonça

 

 

 

 

Centro Espírita Meimei – Londrina

 

O divórcio na concepção espírita - ALLAN KARDEC indagou aos Espíritos se está na lei da Natureza a indissolubilidade absoluta do casamento. A resposta: "E' uma lei humana muito contrária à da Natureza. Mas os homens podem modificar suas leis; só as da Natureza são imutáveis" (O Livro dos Espíritos, 697). JESUS, tratando do assunto, asseverou: "Eu vos declaro que todo aquele que repudiar sua mulher, se não é por causa de adultério, e casar com outra, comete adultério, e o que se casar com a que outro repudiou, comete adultério." (Evangelho de Mateus, cap. 19:3 a 9). O Codificador do Espiritismo escreveu: "Dia virá em que se perguntará se é mais humano, mais caridoso, mais moralizador reter entre si os seres que não podem viver juntos, do que lhes conceder a liberdade, e se a perspectiva de uma cadeia indissolúvel não aumentará os números das uniões irregulares" (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 22:4). E, examinando diretamente o divórcio, asseverou: "O divórcio é uma lei humana, que tem por objeto separar legalmente o que já o estava de fato, e não vai de encontro à lei de Deus, por não reformar o que os homens fizeram, nem se aplicar senão quando a lei divina não fora levada em conta. (...) Mesmo Jesus não sancionou a indissolubilidade absoluta do casamento... Jesus vai mais longe, especificando o caso em que o abandono pode ter lugar, que é o adultério. Mas onde exista uma amizade recíproca e sincera não ronda o adultério" (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 22:5).

 

Casamento e divórcio:

 

* O casamento é considerado no Espiritismo um avanço na marcha da civilização.

* O divórcio só deve ser realizado em último caso, quando não existe nenhum clima de convivência entre os cônjuges.

* Separar-se por causa de filhos, ou de problemas familiares, eis um erro lamentável, que muito sofrimento imporá aos desertores.

* É lógico que o Espiritismo aceita o divórcio quando os cônjuges já se encontram irremediavelmente separados. A lei do divórcio é então uma forma jurídica de legalizar-se o que de fato já se consumou.

* Os Espíritos benfeitores sugerem-nos, contudo, que ninguém deve dar, nesse particular, o primeiro passo. Divórcio, na feliz expressão de André Luiz, é compromisso adiado, saldo a pagar na contabilidade de nossas vidas.

* Todos os problemas gerados a partir da separação conjugal pesarão na folha daquele que lhe foi a causa.

 

 

 

Posição de Emmanuel (Espírito):

 

"Ergueste o lar por amor e tão-só pelo amor conseguirás conservá-lo.

 

"Não será exigindo tiranicamente isso ou aquilo de quem te compartilha o teto e a existência que te desincumbirás dos compromissos a que te empenhaste.

 

"Unicamente doando a ti mesmo em apoio da esposa ou do esposo é que assegurarás a estabilidade da união em que investiste os melhores sentimentos.

 

"Se sabes que a tolerância e a bondade resolvem os problemas em pauta, a ti cabe o primeiro passo a fim de patenteá-las na vivência comum, garantindo a harmonia doméstica.

 

"Inegavelmente não se te nega o direito de adiar realizações ou dilatar o prazo destinado ao resgate de certos débitos, de vez que ninguém pode aceitar a criminalidade em nome do amor. Entretanto, nos dias difíceis do lar recorda que o divórcio é justo, mas na condição de medida articulada em última instância. E nem te esqueças de que casar-se é tarefa para todos os dias, porquanto somente da comunhão espiritual gradativa e profunda é que surgirá a integração dos cônjuges na vida permutada, de coração para coração, na qual o casamento se lança sempre para o Mais Alto, em plenitude de amor eterno." ("Na Era do Espírito", cap. 11, psicografado por Francisco Cândido Xavier.)

 

 

Posição de J. Herculano Pires:

 

"Entre os interesses que podem influir na determinação do casamento figuram também a vaidade e a atração sexual, ambos elementos estranhos ao amor e por isso mesmo de natureza efêmera. Em casos dessa natureza, como em vários outros, a separação se torna inevitável e o divórcio aparece então como a lei civil que serve de remédio à separação dos casais, permitindo aos pares frustrados a reconstrução do lar em bases legítimas com outros cônjuges. (...) Mas quando o lar se formou com base no amor as decepções que podem surgir têm o remédio no próprio amor. Quem ama sabe tolerar e perdoar. As dificuldades serão superadas dia a dia pelo cultivo do amor. Basta que cada cônjuge se lembre de que as frustrações são recíprocas. O mesmo acontece com o artista na realização de sua obra. O ideal está sempre acima do real. Mas o verdadeiro artista sabe disso e procura superar a sua frustração pelo esforço constante de aperfeiçoamento. O cultivo do amor é como o cultivo da arte. E quem romper um casamento de amor, por simples intolerância, não encontrará mais remédio para a sua solidão." ("Na Era do Espírito", cap. 11.)

 

Posição de André Luiz (Espírito):

 

"Divórcio, edificação adiada, resto a pagar no balanço do espírito devedor. Isso geralmente porque um dos cônjuges, sócio na firma do casamento, veio a esquecer que os direitos na instituição doméstica somam deveres iguais.

 

"A Doutrina Espírita elucida claramente o problema do lar, definindo responsabilidades e entremostrando os remanescentes do trabalho a fazer, segundo os compromissos anteriores em que marido e mulher assinaram contrato de serviço, antes da reencarnação.

 

"Dois espíritos sob o aguilhão do remorso ou tangidos pelas experiências da evolução, ambos portando necessidades e débitos, combinam encontro ou reencontro no matrimônio, convencidos de que união esponsalícia é, sobretudo, programa de obrigações regenerativas.

 

"Reincorporados, porém, na veste física, se deixam embair pelas ilusões de antigos preconceitos da convenção social humana ou pelas hipnoses do desejo e passam ao território da responsabilidade matrimonial, quais sonâmbulos sorridentes, acreditando em felicidade de fantasia como as crianças admitem a solidez dos pequeninos castelos de papelão.

 

"Surgem, no entanto, as realidades que sacodem a consciência.

 

(...) "Descobrem, por fim, que amar não é apenas fantasiar, mas, acima de tudo, construir. E construir pede não somente plano e esperança, mas também suor e por vezes aflição e lágrimas.

 

"Auxiliemos, na Terra, a compreensão do casamento como sendo um consórcio de realizações e concessões mútuas, cuja falência é preciso evitar. Divulguemos o princípio da reencarnação e da responsabilidade individual para que os lares formados atendam à missão a que se destinam.

 

"Compreendamos os irmãos que não puderem evitar o divórcio porquanto ignoramos qual seria a nossa conduta em lugar deles, nos obstáculos e sofrimentos com que foram defrontados, mas interpretemos o matrimônio por sociedade venerável de interesses da alma perante Deus." ("Sol nas Almas", cap. 10, psicografado por Waldo Vieira.)

 

 

Posição de Divaldo Pereira Franco:

 

"Digamos que há uns casamentos programados e outros que a precipitação programou. A inexperiência do jovem, a prevalência da natureza animal sobre a natureza espiritual do homem faz com que ele assuma compromissos que não estavam adredemente estabelecidos e que, ao se dar conta do engano, queira regularizar a situação. Portanto, para o mal existente, um remédio. O divórcio é uma medicação para minorar o mal, que é a desinteligência entre os cônjuges.

 

"Faltando a estes a elevação moral para renunciar-se em benefício da família ou para ceder a favor do seu companheiro, o divórcio vem legalizar o que moralmente já aconteceu, porque já se separaram emocionalmente ou fisicamente. Desde que acabou o amor, desfez-se o vínculo, o que não quer dizer que acabou o compromisso, porque esse pode ser postergado para uma condição de reabilitação que virá depois.

 

"Naqueles matrimônios que foram programados antes do renascimento, o divórcio seria um agravamento de responsabilidades. Mas, se indagará: como saber-se se tal foi um matrimônio programado antes ou se foi um matrimônio precipitado? Pela capacidade de amor e resistência dos nubentes, pode-se sabê-lo.

 

"O ideal seria que se chegasse até ao termo da vida com o companheiro que se elegeu; porém, na falta de valores ético-morais e espirituais para saber-se conduzir nas horas difíceis, evitando-se ligações sem amor e sem licitude, evitando-se problemas de uxoricídio e de crimes outros, melhor será legalizar a situação equívoca do que existir numa situação que se pode tornar calamitosa.

 

"A Doutrina Espírita vê como um mal necessário' a solução pelo divórcio. Chegará o dia em que o homem melhor escolherá o seu companheiro, com maturidade e amor e, como consequência, suportará mais as vicissitudes que advenham dessa escolha, liberando-se daquilo que lhe constitui uma carga aflitiva, porque ele tem os olhos postos na vida espiritual, que é a verdadeira." (Entrevista ao jornal O IMORTAL, págs. 6 e 7, junho de 1984.)

 

  (Relato da lenda árabe sobre o homem que queria casar-se apenas com uma mulher perfeita. Ele saíra pelo mundo à busca de sua eleita. Trinta anos depois, sem conseguir o seu intento, velho e cansado, retornou à terra natal. Um amigo o admoestou: "Então, tu viajaste trinta anos em vão! Afinal, não encontraste a mulher perfeita!Ele respondeu-lhe: "Tu te enganas, meu amigo. Eu a encontrei, sim, mas ela também estava à busca de um homem perfeito...")

 

 

Portal do Espírito

 

A sua referência sobre Doutrina Espírita na Internet

A Visão Espírita do Divórcio

Palestra Virtual

Promovida pelo IRC-Espiritismo

http://www.irc-espiritismo.org.br

em conjunto com a Escola Espírita Cristã Maria de Nazaré e Grupo Rita de Cássia de Estudos Espíritas

E-mail: eecmnrio@unisys.com.br

Palestrante: Regina De Agostini

Rio de Janeiro -25/02/2000

 

Organizadores da palestra:

 

Moderador: "Brab" (nick: ||Moderador||)

 

"Médium digitador": "pip" (nick: Regina_de_Agostini)

 

 

Oração Inicial:

 

<Flavio> Amigo Jesus, Irmão Maior e companheiro de todas as horas, Rogamos que a tua luz possa envolver a todos nossos corações, nestes momentos de estudo e reflexão...

 

Muitas duvidas Mestre, nos vem, neste instante, relacionados a família, casamento, e uma busca da felicidade. Rogamos, assim, que possamos aproveitar estes momentos que passaremos juntos, e buscar o esclarecimento que esta doutrina de luz nos oferece.

 

Que os amigos espirituais possa iluminar, de maneira especial, nossa irmã Regina, que fará o tema da noite, e que possamos iniciar, o estudo, dando Graças a Deus por este instante. Que assim seja !

 

 

Apresentação do Palestrante:

 

<Regina_De_Agostini> A todos os companheiros novos meu nome é Regina De Agostini, e trabalho no Grupo Rita de Cássia de Estudos Espíritas, que tem suas atividades doutrinárias e de estudos no Leblon. É com muito prazer que estamos aqui para conversar a respeito da Doutrina Espírita que tanto amamos.

 

Considerações Iniciais do Palestrante:

 

<Regina_De_Agostini> O tema de hoje, "A Visão Espírita do Divórcio" foi tratada por Kardec, em "O Evangelho Segundo o Espiritismo".

 

Diz ele: "O divórcio é Lei humana que tem por objetivo separar legalmente o que já, de fato, está separado." Desta forma entendemos que a Doutrina Espírita não é contrária ao divórcio, mas também entendemos que em momento algum estimula a esta prática. Entende a Doutrina Espírita que o casamento, a união entre dois seres é a oportunidade abençoada de desenvolvermos laços de afeto. Nem sempre as uniões, na Terra, buscam este objetivo, nem sempre se fazem nas bases de sentimentos, dificultando o relacionamento em bases conjugais.

 

 

 

Perguntas/Respostas:

 

<||Moderador||> [01] <Brab> Cara Regina, como encarar o princípio "Não separeis o que Deus Uniu" nos colocado pelo próprio Jesus e utilizado durante tanto tempo para significar a bênção religiosa a um matrimônio? O Espiritismo adota esse princípio em algum momento para afirmar alguma união seja duradoura ou não, abençoando-a ou não? Como encara essa afirmação de Jesus?

 

 

 

<Regina_De_Agostini> O próprio Kardec no cap. XII de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", tratou desta afirmativa. No próprio diálogo narrado por Matheus, Jesus se reporta à dureza do vosso coração, como causa da separação entre marido e mulher. Deus une pelo amor. Quando existe o amor e a afeição não existe a separação. O Espiritismo é uma Doutrina de liberdade e responsabilidade, cada um de nós é livre para tomar as decisões que nos competem. No entanto, recolhemos em forma de bênçãos ou aflições o resultado de nossas próprias atitudes.

 

Dentro da questão do divórcio e das relações afetivas, gostamos de citar Emmanuel, um profundo conhecedor da alma humana, quando nos diz que "a Sabedoria Divina jamais institui princípios de violência, e o Espírito com quanto em muitas situações agrave os próprios débitos, dispõe da faculdade de interromper, recusar, modificar, discutir ou adiar, transitoriamente, o desempenho dos compromissos que abraça."

 

 

 

<||Moderador||> [02] <lflavio> Será que o divórcio pode ser parte do aprendizado que temos que viver, ou será que é uma "desistência" nos compromissos que assumimos perante a espiritualidade?

 

 

 

<Regina_De_Agostini> Acreditamos que a maioria dos divórcios esteja na conta das desistências ou fugas que realizamos ao longo da nossa vida. A responsabilidade de cada um de nós é que muda em relação às situações que se apresentam. Muitas vezes os casamentos são desfeitos em concordância dos parceiros, digamos "Desistência a dois?", que não causa grandes perdas. Em outras situações, um dos parceiros pode se sentir bastante lesado nos seus sentimentos. Cada caso é diferente e, portanto, as responsabilidades também.

 

 

 

<||Moderador||> [03] <Brab> O divórcio, muitas vezes, não é tão suave como descrito: "separar o que já é separado", mas acompanhado de muita carga de ódio, mágoa, ressentimento e dor. Seria em relação a esses casos que o espírito Emmanuel certa feita nos falou sobre "não arrebentar os nós que podemos desatar"? Como encarar esse princípio no caso de um divórcio que se aproxima?

 

 

 

<Regina_De_Agostini> É perfeita a fala do nosso querido Emmanuel, conquanto nem sempre sabemos agir no sentido de desatar e não romper. Acredito que este é um dos grandes aprendizados que precisamos realizar, agora que, racionalmente, entendemos o valor das ações pacificadoras nas nossas vidas. Veja bem que eu disse, racionalmente, viver isto é colocar este entendimento no sentimento. Em relação às separações, Emmanuel nos fala que o melhor é que não sejamos nós aqueles que a busquemos, mas quando nosso parceiro quiser partir que nós o libertemos.

 

 

O significado desta libertação é o trabalho interno de nossas almas no sentido de não acolhermos mágoas, ressentimentos, ódios. É um exercício que precisamos começar a realizar.

 

 

 

 

<|moderador|> [04] <Sophia> Serão os filhos motivo para se manter uma união em que não existe amor? O espírita deveria continuar com o cônjuge pelo bem dos filhos, mesmo que não o ame mais?

 

 

 

<Regina_De_Agostini> De que amor estamos falando? Que tipo de amor temos buscado? Estamos falando de amor, ou romance eterno, ou sentimento de plenitude constante? Entendemos que a separação deve acontecer no momento em que o convívio entre os dois cônjuges esgotou todas as possibilidades e pode levar a um mal maior, neste caso é preferível a separação. Os filhos são sempre um motivo para se tentar, com boa vontade, resolver as situações delicadas que se apresentam dentro de um casamento de forma a dar-lhes segurança para seu desenvolvimento.

 

 

Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo" encontramos os seguintes dizeres: "Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, afim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmitissem aos filhos, e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir."

 

 

 

<|moderador|> [05] <Brab> Os casamentos realmente duradouros, como você descreveu como "laços de afeto", se perpetuam no mundo dos espíritos? Permanecemos "casados" depois que desencarnamos?

 

 

<Regina_De_Agostini> Os laços de afeto jamais se rompem. Quando amamos, permanecemos unidos, aonde quer que estejamos. Não sei o que você quer dizer com este casado depois de desencarnado, continuamos juntos, buscando sempre realizar este sentimento.

 

 

 

<|moderador|> [06] <lflavio> Quanto ao princípio não separar o que Deus juntou, como podemos ver o amor neste principio?

 

 

 

<Regina_De_Agostini> Eu entendo que o que Deus juntou, juntou com amor, porque o amor é a essência do Universo. No momento em que aprendermos a amar INCONDICIONALMENTE, o que significa dizer não às nossas próprias necessidades, não haverá mais separação para nós.

 

 

 

<|moderador|> [07] <Brab> Como é que um espírito que ama muito o outro reage vendo-o se relacionar com outra pessoa, numa vida em que só um deles retornou ao corpo carnal? Reside aí - nesse ciúme - uma causa de obsessão que estimula o divórcio?

 

 

 

<Regina_De_Agostini> Sabemos que em nossas vidas sofremos a influência espiritual de companheiros de outras encarnações. Esta influência pode ser uma grande ajuda ou, também, um processo obsessivo que pode levar à separação de um casal. Tudo depende das relações entre os espíritos envolvidos no mesmo relacionamento.

 

 

 

<|moderador|> [08] <lflavio> Muitos dizem que nos programamos os casamentos ainda na espiritualidade, como entender o número crescente de divórcios?

 

 

 

<Regina_De_Agostini> Realmente muitos, ou a maioria dos casamentos, é programada ou acertada no plano Espiritual, no entanto nos diz também Emmanuel que a maioria dos casamentos, aqui na Terra, visa reajustes, ou seja, são casamentos provacionais e certamente o relacionamento não será dos mais fáceis. Enquanto desencarnados podemos perceber com muita clareza a extensão de nossos débitos e aceitamos nos reunir para diminuir ou saldar estes mesmos débitos. Uma vez encarnados, com a benção do esquecimento dos desajustes passados, nos deixamos envolver, mais uma vez, pelos prazeres que o mundo nos oferece e voltamos quase sempre a falir nos compromissos assumidos.O número crescente de divórcios deve-se a um entendimento equivocado de felicidade e objetivos principais de estarmos vivos.

 

 

 

<|moderador|> [09] <Silêncio_dos_Inocentes> Será que a maioria dos divórcios que acontecem atualmente poderíamos dizer que na espiritualidade foram não programados e sim ocorrem devido a diversos fatores como, por exemplo, o livre arbítrio do espírito encarnado?

 

 

 

<Regina_De_Agostini> Sem dúvida. Nunca li em lugar algum que houvesse uma programação visando a uma desvinculação afetiva.

 

 

<|moderador|> [10] <superego> Porque Jesus disse àquela samaritana que dirigiu-se a ele que mesmo ela tendo sido casada cinco vezes , o homem que vivia com ela agora não era seu marido? (Citação: Jo, 4:16-18)

 

 

 

<Regina_De_Agostini> Muitos ditos do Evangelho o sentido não nos fica claro, e para ser sincera nunca me ative a estudar esta passagem, desta forma não tenho como responder a sua pergunta.

 

 

<|moderador|> [11] <superego> Uma vez que as pessoas devem estar unidas por sentimentos, e que toda a hipocrisia será posta à vista depois da morte, porque agüentar um casamento infeliz?

 

 

 

<Regina_De_Agostini> Na realidade não temos que agüentar um casamento infeliz. O que realmente precisamos é tentar transformar esta infelicidade. Tudo nos é lícito, mas nem tudo nos convêm. Quando "agüentamos" um casamento infeliz, na maioria das vezes não estamos construindo uma relação saudável. O que buscamos não é "agüentar" é transformar, buscar soluções, buscar observar a vida sob um outro ponto de vista, estendendo as nossas percepções para além de nosso mundo acanhado.

 

 

<|moderador|> [12] <Sophia_> Como a amiga veria o caso de longos relacionamentos rompidos antes do casamento? As "conseqüências" pela separação podem ser comparadas as do divórcio, espiritualmente falando?

 

 

<Regina_De_Agostini> A Doutrina Espírita entende casamento como união entre dois seres. Desde que duas pessoas estejam unidas, realizando uma comunhão sexual, mesmo que não tenham firmado nenhum compromisso formal perante a sociedade, estão casadas. Desta forma estes "longos relacionamentos rompidos" são entendidos como divórcio com conseqüências para ambos ou um dos parceiros.

 

 

Considerações Finais do Palestrante:

 

<Regina_De_Agostini> Agradeço a todos a oportunidade de estar aqui, expondo o meu entendimento sobre a Doutrina Espírita. Gostaria, de deixar a todos vocês uma mensagem de muita Fé, Esperança e de muito Amor. O momento que passamos é da maior importância para todos nós, e diante dos esclarecimentos que a Doutrina Espírita nos trás colocando luz nos ensinos do nosso Mestre Jesus, é o momento certo para que nos esforcemos buscando entender a vida, o mundo, as relações, e nós mesmos sob um novo prisma, que Jesus nos abençoe, nos ajude e nos sustente.

 

 

Oração Final:

 

<Isabela> Mestre Jesus, agradecemos imensamente por esta oportunidade de aprendizado e consolo para muitos que sofrem com o divórcio. Peço por todos aqueles que se encontram desesperados, sem rumo porque acabaram depositando no parceiro todas suas esperanças, e as viram desmoronar. Peço ainda pelos filhos dessas uniões desfeitas para que o senhor os ilumine, para que tenham maturidade suficiente para superar as dores que terão que enfrentar por conta do livre arbítrio de seus pais. Agradeço muito pelos ensinamentos recebidos. Que o mestre nos ilumine, agora e sempre. Assim Seja!